As estrelas ouvem confissões. Sussurram. Fazem pensar. São dicas sem nexo Em que te afundas Tentando decifrar. São conclusões precipitadas, Talvez as erradas, Que te fazem desanimar. Ambos querem, Sem anunciar, Por fim se entregar.
O sol Desperta, A primavera. E eu choro, Choro, Interruptamente. Os rios que de mim saem, Astutos, Revoltos, Acalmam, No mar. E eu choro, Choro, Choro, Profundamente, Sem razão. Elas caem, As lágrimas, Translúcidas. Cobrem um rosto Sofrido, Que no mar Encontra A cura.
Almas negras povoam entre nós. Ódio e frustração e raiva, Transfiguram qualquer ser, Que ignorando o pecado Esquece a libertação. As rosas morrem aos poucos, Cobrem, já gélida, a cidade. Ingratas, as suas pétalas, Soltas e sem rumo Arrastam consigo a maldição.
É colorida a vida, Passas sem reparar, Tal não é a ignorância De não querer observar. É imaginada a vida, Não te limitas a tentar, Tal não é a ignorância De não querer sonhar. É emocionada a vida, Não sentes sem pensar, Tal não é a ignorância De não querer partilhar. É cambaleada a vida, Sem aviso faz tombar, Tal não é a ignorância De não querer lutar.
Tudo na vida fiz em prol da perfeição, agora sei-o, não compensou. Os erros que poderia ter cometido, continuam a adoçar-me a mente. Não me arrependo de te ter deixado ir. Talvez, as estrelas te contem os meus motivos. E, o vento te beije, tal como quero. Desejo que não passe apenas de um pesadelo. Pois, quero-te! Aguardo e anseio o acordar, num destes dias.
Destino, tu que mudas a direção, tu que tornas o mundo intragável, dá-me um rumo, uma orientação, algo que me conduza. Não abandones os que sonham e os que amam contudo, descura os que vigarizam e os que invejam. Pune quem de ti troçou, mas nunca quem por ti lutou.